terça-feira, 25 de novembro de 2008

cAmomila

D. Teresa levantou-se manhã cedo e acordou-me em sobressalto. Não sei ainda qual a razão de tanto alarido, mas de facto os olhos tingidos de fogo e o arfar de locomotiva meteram-me medo...melhor, medo não...pavor.Disseram-me há uns dias atrás que voodoo não seria mais do que um mero teatro de vaidades de espíritos sem mais nada que fazer, senão chatear uns quantos que imaginam coisas...eu acreditei nisso na altura, desconfiei no dia seguinte e hoje de manhã arrependi-me de ser tão naif.
D. Teresa estava agora envolta em espasmos incontroláveis, cuspindo tudo à sua volta (mas não eram bolas de fogo que lhe saiam da boca, infelizmente para mim...), insultando até o seu querido Jeremias que uns anos antes tinha tido a coragem de se por a andar dali para fora...sim, porque D. Teresa apesar daquela imagem de senhora afável, era uma tempestade de pessoa, capaz de nos amar e de nos odiar, como qualquer pessoa sã que tem paixão dentro do seu coração...bom, mas isso não é relevante para a história.
A verdade é que o chá de camomila tinha acabado, e para o pequeno-almoço havia apenas chá preto, daqueles que os Ingleses adoram tomar de manhã cedo, com os ovos mexidos, as salsichas e o feijão - uma combinação bombástica!!D. Teresa, que em mais de 50 anos de pequenos-almoços domésticos, nunca tinha perdido o seu cházinho de Camomila, estava ali diante de mim, em plena sessão de voodoo pré-camomiliana.Eu acredito agora nessas coisas do voodoo...a falta de camomila não terá de certeza este efeito devastador...

Terça-feira, Junho 26, 2007 Escrito por Eduardo Almeida em 01:52:56

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